quarta-feira, 28 de março de 2012

FIDEL CASTRO: "Desejei a beatificação de João Paulo II"


O encontro com o ex-presidente cubano fechou a visita pastoral do Papa Bento XVI

HAVANA, quarta-feira, 28 de março de 2012 (ZENIT.org) - Incerto até o último momento, em determinados momentos dado por excluído, o encontro entre o Papa Bento XVI e o ex-líder cubano Fidel Castro, por fim, aconteceu. Os dois se encontraram por volta das 12:30, hora de Cuba, na Nunciatura Apostólica da Havana e sua conversa durou por volta de meia hora. O colóquio foi definido pelo porta-voz Vaticano, padre Federico Lombardi, "cordial, animado, alegre e intenso”.
Quase da mesma idade (85 anos do Papa e 86 do ex-líder máximo), ironizaram sobre a idade avançada. O Santo Padre, em particular, disse: "Sou ancião, mas ainda posso fazer o meu dever".
Bento XVI expressou ao seu interlocutor a própria alegria pela recepção calorosa no solo cubano, e à pergunta: "O que faz um Papa?", respondeu: "Está ao serviço da Igreja universal". Fidel disse ter seguido todos os momentos da visita pastoral na televisão.
Castro dirigiu ao Pontífice algumas perguntas sobre mudanças na liturgia da Igreja e lhe expressou a sua própria preocupação sobre os problemas da humanidade. O ex-presidente cubano também afirmou ter desejado de coração as beatificações de Madre Teresa de Calcutá - grande benfeitora de Cuba - e de João Paulo II, que ele conheceu, em 1996 no Vaticano e em 1998 na Havana.

Diante dos discursos de Bento XVI sobre o problema da “essência de Deus” e sobre a relação entre ciência e fé, Castro pediu ao Santo Padre para envir-lhe alguns livros sobre o tema. “Tenho que pensar em quais títulos enviar-lhe”, respondeu o Papa. Durante a conversa estava presente a mulher do ex-líder cubano, Dalia. Na conclusão do encontro Castro apresentou ao Papa dois dos seus filhos.
O encontro entre Bento XVI e Fidel Castro foi a última etapa da visita pastoral do Papa a Cuba, antes do transferimento para o aeroporto "José Martí" da Havana. O retorno a Roma do vôo Alitalia levando a bordo o Santo Padre está previsto para as 10 da manhã, do dia 29 de março, quinta-feira.
[Tradução Thácio Siqueira]

SANTO PADRE - O esperado encontro com Fidel Castro


Porta-voz da Santa Sé disse que Castro fez três perguntas a Bento XVI.
Durante visita à ilha, pontífice pediu mais liberdade na sociedade cubana.


O pai da revolução cubana, Fidel Castro, teve uma "conversa muito animada" nesta quarta-feira, em Havana, com o Papa Bento XVI, a quem fez algumas perguntas, entre elas sobre o sentido das mudanças litúrgicas nas missas, relatou o porta-voz da Santa Sé, Federico Lombardi.
"Soube pelo próprio Papa como se desenvolveu o encontro. Segundo Bento XVI foi uma conversa muito animada, com muitas trocas de argumentos", disse o padre Lombardi aos jornalistas, sobre o encontro de 30 minutos entre os dois líderes, na sede da Nunciatura Apostólica.
"O diálogo foi intenso e cordial", comentou.
O líder cubano Fidel Castro e o Papa Bento XVI durante encontro nesta quarta-feira (28) em Havana (Foto: Reuters/Osservatore Romano)O líder cubano Fidel Castro e o Papa Bento XVI durante encontro nesta quarta-feira (28) em Havana (Foto: Reuters/Osservatore Romano)
"Fidel queria conhecer o pensamento do Papa sobre diversos temas", disse Lombardi, destacando que o "Comandante", ex-aluno dos jesuítas, leva "uma existência dedicada à reflexão sobre a cultura e o mundo de hoje".
"Ele (Castro) perguntou ao Papa, em primeiro lugar, sobre as mudanças litúrgicas na celebração da missa, ouvindo de Bento XVI as explicações sobre o sentido dessa renovação", segundo o padre Lombardi.
"Depois, Fidel Castro quis saber sobre o trabalho apostólico de um Papa, sua missão e tarefa.
"Ao final, indagou sobre as dificuldades vividas pela Igreja nos tempos de hoje". O Santo Padre mencionou a complexidade das religiões em responder aos "desafios" da modernidade.
"Disse também que as dificuldades enfrentadas pela humanidade são causadas pela ausência de Deus. E expôs seus temas de reflexão: as relações entre a fé e a razão, entre a liberdade e a responsabilidade", acrescentou o porta-voz.
Fidel Castro disse que acompanhou toda a vista pontifical a Cuba pela televisão. Os dois puseram em destaque suas idades avançadas (Castro tem 85 anos e o Papa, 84) e Bento XVI disse a Castro: "já estou velho, mas de qualquer forma, ainda posso cumprir com os meus deveres".
O encontro ocorreu perto do fim da visita de três dias do pontífice à ilha comunista. Durante a viagem, Bento XVI pediu mais liberdade e um maior papel para a Igreja Católica na sociedade cubana.
O Vaticano sabia há algum tempo do "grande desejo de Fidel Castro de se encontrar com o Papa", acrescentou o porta-voz.

SANTO PADRE - A mudança só acontecerá pelo amor...

Mudança em Cuba e no mundo só acontecerá pelo amor, enfatiza Papa

Nicole Melhado
Da Redação


Montagem sobre fotos / Tv Canção Nova
Bento XVI usou, na celebração da Missa, a mesma cátedra usada por João Paulo II 14 anos atrás
“Cuba e o mundo precisam de mudanças, mas estas só terão lugar se cada um estiver em condições de se interrogar acerca da verdade e se decidir a enveredar pelo caminho do amor, semeando reconciliação e fraternidade”, afirmou o Papa Bento XVI durante sua homilia na Missa celebrada na Praça da Revolução em Havana, Cuba, na manhã desta quarta-feira, 28.

Aos mais de 300 mil fiéis cubanos presentes, que o receberam com o canto “Tu és Petrus”, Bento XVI disse que, ao ressaltar os valores que sustentam a ética, o cristianismo não impõe mas propõe o convite de Cristo para conhecer a verdade que torna os homens livres.

“Queridos amigos, não hesiteis em seguir Jesus Cristo. Nele encontramos a verdade sobre Deus e sobre o homem. Ajuda-nos a superar os nossos egoísmos, a sair das nossas ambições e a vencer o que nos oprime”, disse.

Liberdade religiosa

O Papa salientou ainda que a Igreja vive para partilhar com os outros a única coisa que possui: o próprio Cristo, esperança da glória (cf. Col 1, 27).

“Para realizar esta tarefa, é essencial que ela possa contar com a liberdade religiosa. Há que reconhecer, com alegria, os passos que se têm realizado em Cuba para que a Igreja cumpra a sua irrenunciável missão de anunciar e publicar abertamente a sua fé. Mas é preciso avançar ulteriormente. E desejo encorajar as instâncias governamentais da Nação a reforçarem aquilo que já foi alcançado e a prosseguirem por este caminho de genuíno serviço ao bem comum de toda a sociedade cubana”, reforçou.

Para o Pontífice, o direito à liberdade religiosa, tanto na sua dimensão individual como comunitária, manifesta a unidade da pessoa humana, que é simultaneamente cidadão e crente, e legitima também que os fiéis prestem a sua contribuição para a construção da sociedade.

“O seu reforço consolida a convivência, alimenta a esperança de um mundo melhor, cria condições favoráveis para a paz e o desenvolvimento harmonioso, e ao mesmo tempo estabelece bases firmes para garantir os direitos das gerações futuras”, destacou.

Bento XVI enfatiza que quando a Igreja põe em relevo o direito à liberdade religiosa, não está a reivindicar qualquer privilégio, pretende apenas ser fiel ao mandato de Jesus, consciente de que, onde se torna presente Cristo, o homem cresce em humanidade e encontra a sua consistência.


Homilia Papa - Missa na Praça da Revolução em Cuba - 28/03/2012


Boletim da Santa Sé



Viagem Apostólica de Bento XVI ao México e à República de Cuba
Missa na Praça da Revolução
Havana, Cuba
Quarta-feira, 28 de março de 2012
Amados irmãos e irmãs!
«Bendito sejais, Senhor, Deus dos nossos pais (...). Bendito o vosso nome glorioso e santo» (Dn 3, 52). Este hino de bênção do livro de Daniel ressoa hoje na nossa liturgia, convidando-nos repetidamente a bendizer e louvar a Deus. Somos parte da multidão daquele coro que celebra o Senhor sem cessar. Unimo-nos a este concerto de ação de graças, oferecendo a nossa voz jubilosa e confiante, que procura fundar no amor e na verdade o caminho da fé.
«Bendito seja Deus» que nos reúne nesta praça emblemática, para mergulharmos mais profundamente na sua vida. Sinto uma grande alegria por estar hoje no vosso meio e presidir a Santa Missa no coração deste Ano Jubilar dedicado à Virgem da Caridade do Cobre.
Saúdo cordialmente o Cardeal Jaime Ortega y Alamino, Arcebispo de Havana, e agradeço-lhe as amáveis palavras que me dirigiu em nome de todos. Estendo a minha saudação aos Senhores Cardeais, aos meus irmãos Bispos de Cuba e doutros países que quiseram participar nesta solene celebração. Saúdo também os sacerdotes, os seminaristas, os religiosos e todos os fiéis aqui reunidos, bem como as autoridades que nos acompanham.
Na primeira leitura que foi proclamada, os três jovens, perseguidos pelo soberano babilonense, antes preferem morrer queimados pelo fogo que trair a sua consciência e a sua fé. Eles encontraram a força de «louvar, glorificar e bendizer a Deus» na convicção de que o Senhor do universo e da história não os abandonaria à morte e ao nada. De fato, Deus nunca abandona os seus filhos, nunca os esquece. Está acima de nós e é capaz de nos salvar com o seu poder; ao mesmo tempo, está perto do seu povo e, por meio do seu Filho Jesus Cristo, quis habitar entre nós.
«Se permanecerdes na minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos, conhecereis a verdade e a verdade vos libertará» (Jo 8, 31). No texto do Evangelho que foi proclamado, Jesus revela-Se como o Filho de Deus Pai, o Salvador, o único que pode mostrar a verdade e dar a verdadeira liberdade. Mas o seu ensinamento gera resistência e inquietação entre os seus interlocutores, e Ele acusa-os de procurarem a sua morte, aludindo ao supremo sacrifício da Cruz, já próximo. Ainda assim, exorta-os a acreditar, a permanecer na sua Palavra para conhecerem a verdade que redime e dignifica.
Com efeito, a verdade é um anseio do ser humano, e procurá-la supõe sempre um exercício de liberdade autênticaMuitos, todavia, preferem os atalhos e procuram evitar essa tarefa. Alguns, como Pôncio Pilatos, ironizam sobre a possibilidade de conhecer a verdade (cf. Jo 18, 38), proclamando a incapacidade do homem de alcançá-la ou negando que exista uma verdade para todos. Esta atitude, como no caso do ceticismo e do relativismo, produz uma transformação no coração, tornando as pessoas frias, vacilantes, distantes dos demais e fechadas em si mesmas. São pessoas que lavam as mãos, como o governador romano, e deixam correr o rio da história sem se comprometer.
Entretanto há outros que interpretam mal esta busca da verdade, levando-os à irracionalidade e ao fanatismo, pelo que se fecham na «sua verdade» e tentam impô-la aos outros. São como aqueles legalistas obcecados que, ao verem Jesus ferido e ensanguentado, exclamam enfurecidos: «Crucifica-o!» (cf. Jo 19, 6). Na realidade, quem age irracionalmente não pode chegar a ser discípulo de Jesus. Fé e razão são necessárias e complementares na busca da verdade. Deus criou o homem com uma vocação inata para a verdade e, por isso, dotou-o de razão. Certamente não é a irracionalidade que promove a fé cristã, mas a ânsia da verdade. Todo o ser humano deve perscrutar a verdade e optar por ela quando a encontra, mesmo correndo o risco de enfrentar sacrifícios.
Além disso, a verdade sobre o homem é um pressuposto imprescindível para alcançar a liberdade, porque nela descobrimos os fundamentos duma ética com que todos se podem confrontar, e que contém formulações claras e precisas sobre a vida e a morte, os deveres e direitos, o matrimônio, a família e a sociedade, enfim sobre a dignidade inviolável do ser humano. É este patrimônio ético que pode aproximar todas as culturas, povos e religiões, as autoridades e os cidadãos, os cidadãos entre si, os crentes em Cristo com aqueles que não crêem Nele.
Ao ressaltar os valores que sustentam a ética, o cristianismo não impõe, mas propõe o convite de Cristo para conhecer a verdade que nos torna livres. O fiel é chamado a dirigir este convite aos seus contemporâneos, como fez o Senhor, mesmo perante o sombrio presságio da rejeição e da Cruz. O encontro pessoal com Aquele que é a verdade em pessoa impele-nos a partilhar este tesouro com os outros, especialmente através do testemunho.
Queridos amigos, não hesiteis em seguir Jesus Cristo. Nele encontramos a verdade sobre Deus e sobre o homem. Ajuda-nos a superar os nossos egoísmos, a sair das nossas ambições e a vencer o que nos oprime.Aquele que pratica o mal, aquele que comete pecado é escravo do pecado e nunca alcançará a liberdade (cf. Jo 8, 34). Somente renunciando ao ódio e ao nosso coração endurecido e cego é que seremos livres, e uma vida nova germinará em nós.
Com a firme convicção de que a verdadeira medida do homem é Cristo e sabendo que Nele se encontra a força necessária para enfrentar toda a provação, desejo anunciar-vos abertamente o Senhor Jesus como Caminho, Verdade e Vida. Nele todos encontrarão a liberdade plena, a luz para compreender profundamente a realidade e transformá-la com o poder renovador do amor.
A Igreja vive para partilhar com os outros a única coisa que possui: o próprio Cristo, esperança da glória (cf. Col1, 27). Para realizar esta tarefa, é essencial que ela possa contar com a liberdade religiosa, que consiste em poder proclamar e celebrar mesmo publicamente a fé, comunicando a mensagem de amor, reconciliação e paz que Jesus trouxe ao mundo. Há que reconhecer, com alegria, os passos que se têm realizado em Cuba para que a Igreja cumpra a sua irrenunciável missão de anunciar, publica e abertamente, a sua fé. Mas é preciso avançar ulteriormente. E desejo encorajar as instâncias governamentais da Nação a reforçarem aquilo que já foi alcançado e a prosseguirem por este caminho de genuíno serviço ao bem comum de toda a sociedade cubana.
O direito à liberdade religiosa, tanto na sua dimensão individual como comunitária, manifesta a unidade da pessoa humana, que é simultaneamente cidadão e crente, e legitima também que os crentes prestem a sua contribuição para a construção da sociedade. O seu reforço consolida a convivência, alimenta a esperança de um mundo melhor, cria condições favoráveis para a paz e o desenvolvimento harmonioso, e ao mesmo tempo estabelece bases firmes para garantir os direitos das gerações futuras.
Quando a Igreja põe em relevo este direito, não está a reclamar qualquer privilégio. Pretende apenas ser fiel ao mandato do seu Fundador divino, consciente de que, onde se torna presente Cristo, o homem cresce em humanidade e encontra a sua consistência. Por isso, a Igreja procura dar este testemunho na sua pregação e no seu ensino, tanto na catequese como nos ambientes formativos e universitários. Esperemos que também aqui chegue brevemente o momento em que a Igreja possa levar aos diversos campos do saber os benefícios da missão que o seu Senhor lhe confiou e que ela não pode jamais negligenciar.
Ínclito exemplo deste trabalho foi o insigne sacerdote Félix Varela, educador e professor, filho ilustre desta cidade de Havana, que passou à história de Cuba como o primeiro que ensinou o seu povo a pensar. O padre Varela indica-nos o caminho para uma verdadeira transformação social: formar homens virtuosos para forjar uma nação digna e livre, já que esta transformação dependerá da vida espiritual do homem; de fato, «não há pátria sem virtude» (Cartas a Elpídio, carta sexta, Madrid 1836, 220). Cuba e o mundo precisam de mudanças, mas estas só terão lugar se cada um estiver em condições de se interrogar acerca da verdade e se decidir a enveredar pelo caminho do amor, semeando reconciliação e fraternidade.
Invocando a proteção maternal de Maria Santíssima, peçamos que, participando regularmente na Eucaristia, nos tornemos também testemunhas da caridade que responde ao mal com o bem (cf. Rm 12, 21), oferecendo-nos como hóstia viva a Quem amorosamente Se entregou por nós. Caminhemos na luz de Cristo, que pode dissipar as trevas do erro. Supliquemos-Lhe que, com o valor e o vigor dos santos, cheguemos a dar uma resposta livre, generosa e coerente a Deus, sem medos nem rancores. Amém.


  

terça-feira, 27 de março de 2012

SEJA UM IRMÃO DO DISCIPULADO! - Carta do Reitor

QUARESMA:

CAMINHO DE CONVERSÃO
RUMO À CARIDADE


  Neste tempo quaresmal, o nosso primeiro empenho é acolher o convite à conversão:“Convertei-nos e crede no Evangelho!” (Mc 1, 15). Converter-se, hoje, significa levar em consideração nossa vida interior, refletir o que é mais evidente em nós: o lado divino ou o dos impulsos e instintos humanos? Afinal, convivemos interiormente com um dualismo inquietante: ou optamos por Deus, e Ele nos serve com seus anjos; ou optamos pelos instintos, deixando que nossos impulsos se sobressaiam e tomem conta da nossa vida a ponto de nos “infernizar”. Desta forma, caímos nas malhas do diabo, que procura a todo tempo nos dominar e escravizar. Entre os instintos, destacamos ainda o nosso exagerado desejo de ter para consumir e acumular, de tirar proveito a partir do poder, além da busca do prazer desordenado, impulsionados pela libido compulsiva.
Mas nada está perdido, o Senhor ressuscitou e está no meio de nós. Tenhamos fé e confiança Nele assumindo os exercícios quaresmais da oração, da penitência e da caridade. “A maior delas, porém, é a caridade” (1Cor 13, 13a), que brota do amor solidário, que passa pela fé e promove a esperança. Mas para chegar ao amor solidário é preciso ter uma fé amadurecida, capaz de superar as provações que nos vêm pelos instintos ou imposições adversas. Portanto, somente na confiança e no testemunho de fidelidade a Palavra seremos capazes de dar passos de conversão, testemunhada em gestos concretos, na condição de benfeitor(a) partilhando com o projeto de Deus, através da Casa de Formação Sacerdotal DISCIPULADO BEATO JOÃO PAULO II.
Sabe-se que o Seminário Arquidiocesano de Filosofia necessita de recursos para a manutenção e investimentos, estes, por sua vez, superando o valor repassado mensalmente pela Cúria Arquidiocesana para as despesas básicas. Entretanto, se queremos investir, não podemos fazê-lo sozinhos, mas só através de uma verdadeira REDE DE BONDADE SOLIDÁRIA. Para isso, contamos com sua oração, seu amor e sua doação, a partir desta proposta espontânea, voluntária e missionária, no sentido de ajudar na preparação dos futuros pastores da nossa Igreja. Então, para facilitar podemos enviar-lhe um boleto bancário como sugestão ao seu coração de benfeitor(a), assim também como o número da nossa conta bancária para depósito: “1606.003.2443-2”. “Deus ama a quem dá com alegria”(2 Cor 9,7).
Entre os investimentos, destacamos como mais urgentes: a conclusão da área de serviço, principalmente o piso, a pintura, a parte elétrica, hidráulica e toda mão de obra, assim como uma caixa de som e de dois microfones e etc.
De já, louvo e agradeço a Deus por você estar conosco, por sentir-se co-responsável neste projeto da providência vocacional. Receba com a sua família as bênçãos de Deus e a proteção do Beato João Paulo II.


Fraternalmente em Cristo Jesus e Maria,

Pe. Gilberto Freitas,
Reitor

NOVO ARCEBISPO - Com a palavra, Dom Jacinto....

Dom Jacinto diz que Igreja deve atuar na prevenção das drogas

O novo arcebispo fez sua apresentação à imprensa hoje (27). A posse está marcada para o dia 06 de maio.

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O novo arcebispo de Teresina, Dom Jacinto Brito, foi apresentado oficialmente hoje (27), para a imprensa piauiense. O encontro aconteceu no Centro Pastoral Paulo VI com a presença do Padre Tony Batista, que ocupa interinamente o cargo. A posse está marcada para o dia 06 de maio. 

Fotos: Sana Moraes/cidadeverde.com
Dom Jacinto Brito. novo arcebispo de Teresina 

Dom jacinto disse que recebeu com supresa a nomeação para Arcebispo de Teresina. "Tive um choque emocional quando soube da notícia, pois já estava há 14 anos em Crateús (CE). Recebo esta missão com muita emoção e pretendo somar nesta caminhada", disse durante a coletiva. 


Em relação a questão do avanço das drogas disse que a Igreja não tem sido omissa e, mas que ainda é preciso fazer mais. "A Igreja tem que atuar preventivamente, Ocupar as pessoas com coisas construtivas, ajudando a formar a personalidade dos jovens, promovendo o associativismo comunitário e construindo boas relações humanas", afirmou Dom Jacinto. A maioria das comunidades terapêuticas que cuidam de dependentes químicos existentes no Brasil, tem relação direta com instituições religiosas. 


O novo arcebispo lembrou que o Piauí é considerado o Estado mais católico do Brasil em números de fiéis. "Tenho a missão de confirmar essa fé e promover a evangelização nos setores da sociedade que temos mais dificuldades em ter inserção". 


Dom Jacinto Brito disse ainda que pretende construir com boa relação com a imprensa. "Acredito que a comunicação tem um grande potencial evangelizador que a Igreja não pode desprezar". 


Antes de traçar qualquer meta, Dom Jacinto afirmou que precisa conhecer melhor o funcionamento da Diocese, sua realidade, antes de definir prioridades e elaborar a programação de trabalho. 


Sana Moraes (especial para o cidadeverde.com)
redacao@cidadeverde.com  

segunda-feira, 26 de março de 2012

ARCEBISPO ELEITO - Dom Jacinto visita Teresina nesta terça-feira (27)


Dom Jacinto Sobrinho vai conceder entrevista coletiva.


O novo arcebispo de Teresina, Dom Jacinto Furtado de Brito Sobrinho, estará na capital do Piauí nesta terça-feira (27). Nomeado no dia 22 de fevereiro pelo Papa Bento XVI, ele só será empossado em maio, mas veio conhecer a cidade.

 
Dom Jacinto Furtado de Brito Sobrinho

Dom Jacinto Sobrinho vai conceder entrevista coletiva às 11h no Centro Pastoral Paulo VI. Natural de Bacabal/MA, o religioso atualmente responde pela diocese de Crateús/CE, onde é bispo desde 1998. 

A posse de Dom Jacinto está marcada para o dia 6 de maio, às 18h, na Catedral de Nossa Senhora das Dores.  Seu lema é “Senhor por tua palavra lançarei as redes”, frase retirada do Evangelho segundo Lucas.

Da Redação
redacao@cidadeverde.com

SANTO PADRE - Agora está em Cuba, para mais uma vez marcar a história...

Bento XVI chega a Cuba

Jéssica Marçal
Da Redação


Rádio Vaticano
Em sua chegada a Cuba, o Papa Bento XVI foi recebido pelo presidente do país, Raul Castro
O Papa Bento XVI desembarcou no Aeroporto Internacional Antonio Maceo de Santiago de Cuba, em Cuba, nesta segunda-feira, 26, por volta de 16h30, horário de Brasília (14h30 no horário local). Ele foi recebido pelo presidente de Cuba, Raul Castro, e autoridades religiosas locais. Em seguida, quatro crianças entregaram a Bento XVI um ramo de flores como sinal de boas vindas.

Em seu discurso, Raul Castro disse a Bento XVI que o país se sente honrado com sua presença e enfatizou o bom relacionamento que o governo mantém com as diversas religiões. “Nosso Governo e a Igreja Católica mantêm boa relação. O governo tem bom relacionamento com todas as religiões e entidades religiosas no país”, disse.

O presidente também lembrou as dificuldades econômicas existentes no país, mas ressaltou que a nação segue mudando tudo que precisa ser mudado.

Ao tomar a palavra, Bento XVI agradeceu o acolhimento e as palavras de Raul Castro e demais autoridades. Ele também saudou as autoridades religiosas, os fiéis da Igreja Católica em Cuba e todos os cubanos.

“Tenho-vos sempre muito presente no coração e na minha oração, e ainda mais nos últimos dias quando o momento tão desejado de vos visitar se ia aproximando e que, graças à bondade divina, chegou”, disse.

O Pontífice lembrou a histórica visita que seu antecessor, Beato João Paulo II, fez ao país. De acordo com ele, o beato deixou “uma marca indelével na alma dos cubanos. O seu exemplo e os seus ensinamentos constituem uma guia luminosa para muitos, crentes ou não, que os orienta tanto na vida pessoal como na atuação pública ao serviço do bem comum da Nação”.

Ele destacou que um dos frutos da visita do Beato foi a abertura de uma nova etapa nas relações entre a Igreja e o Estado cubano. O Papa disse que, embora ainda haja muito em que se avançar, essa nova etapa caracteriza-se por um “espírito de maior colaboração e confiança”.

O Santo Padre também lembrou a situação de dificuldade econômica que muitas partes do mundo atravessam e que muitos concordam em situar sua origem numa crise espiritual e moral. Ele acredita que esta situação não pode continuar.

“O verdadeiro progresso necessita duma ética que coloque no centro a pessoa humana e tenha em conta as suas exigências mais autênticas, de modo especial a sua dimensão espiritual e religiosa”, destacou o Pontífice.

Sobre sua estadia em Cuba, Bento XVI revelou seu verdadeiro propósito: ajudar o povo cubano a fortalecer sua fé. “Venho a Cuba como peregrino da caridade, para confirmar os meus irmãos na fé e encorajá-los na esperança, que nasce da presença do amor de Deus nas nossas vidas”, disse o Papa.

Logo mais, às 19h30, no horário de Brasília (17h30 no horário local), o Papa celebrará a Santa Missa por ocasião do 400º aniversário da Virgen de la Caridad del Cobre, na Praça Antonio Maceo de Santiago de Cuba.

Discurso de Bento XVI na chegada a Cuba - 26/03/12


Boletim da Santa Sé


 

Discurso
Viagem Apostólica de Bento XVI ao México e à República de Cuba
Discurso de chegada a Cuba
Aeroporto Antonio Maceo de Santiago de Cuba, Cuba
Segunda-feira, 26 de março de 2012


Senhor Presidente,
Senhores Cardeais e Irmãos no Episcopado,
Distintas Autoridades,
Membros do Corpo Diplomático,
Senhores e senhoras,Queridos amigos cubanos!

Agradeço-lhe, Senhor Presidente, o acolhimento dispensado e as amáveis palavras de boas-vindas com que quis transmitir, da sua parte e também do governo e do povo cubano, os sentimentos de respeito pelo Sucessor de Pedro. Saúdo as Autoridades que nos acompanham, assim como os Membros do Corpo Diplomático aqui presentes. Dirijo uma cordial saudação a D. Dionisio Guillermo García Ibáñez, Arcebispo de Santiago de Cuba e Presidente da Conferência Episcopal, ao Cardeal Jaime Ortega y Alamino, Arcebispo de Havana, e aos restantes Bispos de Cuba, a todos certificando da minha solidariedade espiritual. E por fim saúdo, com todo o carinho do meu coração, os fiéis da Igreja Católica em Cuba, os amados habitantes desta linda Ilha e todos os cubanos onde quer que se encontrem. Tenho-vos sempre muito presente no coração e na minha oração, e ainda mais nos últimos dias quando o momento tão desejado de vos visitar se ia aproximando e que, graças à bondade divina, chegou.

Encontrando-me agora no vosso meio, não posso deixar de lembrar a histórica visita a Cuba do meu predecessor, o Beato João Paulo II, que deixou uma marca indelével na alma dos cubanos.
 O seu exemplo e os seus ensinamentos constituem uma guia luminosa para muitos, crentes ou não, que os orienta tanto na vida pessoal como na atuação pública ao serviço do bem comum da Nação. De fato, a sua passagem pela Ilha foi uma espécie de brisa suave de fresca aragem que deu novo vigor à Igreja em Cuba, despertando em muitas pessoas uma renovada consciência da importância da fé e encorajando a abrir os corações a Cristo, ao mesmo tempo que reacendeu a esperança e revigorou o desejo de trabalhar corajosamente por um futuro melhor. Um dos frutos importantes daquela visita foi a inauguração duma nova etapa nas relações entre a Igreja e o Estado cubano caracterizada por um espírito de maior colaboração e confiança, embora permaneçam ainda muitos aspectos em que se pode e deve avançar, especialmente no que diz respeito à contribuição imprescindível que a religião é chamada a prestar no âmbito público da sociedade.

Estou muito feliz por poder partilhar a vossa alegria na celebração do IV centenário da descoberta da imagem sagrada da Virgem da Caridade do Cobre. A sua figura cativante esteve, desde o início, muito presente tanto na vida pessoal dos cubanos como nos grandes acontecimentos do País, especialmente durante a sua independência, sendo venerada por todos como verdadeira mãe do povo cubano. A devoção à «Virgem Mambisa» sustentou a fé e encorajou a defesa e promoção de tudo o que dignifica a condição humana e dos seus direitos fundamentais; e hoje continua fazê-lo ainda com mais força, dando assim testemunho visível da fecundidade da pregação do Evangelho nestas terras e das profundas raízes cristãs que configuram a identidade mais genuína da alma cubana. Seguindo o rasto deixado por tantos peregrinos ao longo destes séculos, também eu desejo ir a El Cobre prostrar-me aos pés da Mãe de Deus para Lhe agradecer a solicitude com que cuida de todos os seus filhos cubanos e confiar à sua intercessão os destinos desta amada Nação para que os guie pelas sendas da justiça, da paz, da liberdade e da reconciliação.

Venho a Cuba como peregrino da caridade, para confirmar os meus irmãos na fé e encorajá-los na esperança, que nasce da presença do amor de Deus nas nossas vidas.
 Levo no coração as justas aspirações e os legítimos desejos de todos os cubanos – onde quer que se encontrem –, os seus sofrimentos e alegrias, as suas preocupações e os anseios mais nobres, especialmente dos jovens e dos idosos, dos adolescentes e das crianças, dos doentes e dos trabalhadores, dos encarcerados e dos seus familiares, bem como dos pobres e necessitados.

Muitas partes do mundo atravessam, hoje, um momento de particular dificuldade econômica, cuja origem tantos concordam em situá-la numa profunda crise de tipo espiritual e moral, que deixou o homem sem valores e desprotegido contra a ganância e o egoísmo de certos poderes que não têm em conta o bem autêntico das pessoas e das famílias. Não é possível continuar por mais tempo na mesma direção cultural e moral, que causou esta situação dolorosa que muitos sentem. Em vez disso, o verdadeiro progresso necessita duma ética que coloque no centro a pessoa humana e tenha em conta as suas exigências mais autênticas, de modo especial a sua dimensão espiritual e religiosa. Por isso, vai ganhando cada vez mais espaço, no coração e na mente de muitas pessoas, a certeza de que a regeneração das sociedades e do mundo exige homens retos e de firmes convicções morais e altos valores de fundo que não sejam manipuláveis por interesses limitados mas correspondam à natureza imutável e transcendente do ser humano.

Queridos amigos, estou convencido de que Cuba, neste momento tão importante da sua história, estende já o seu olhar para o amanhã, esforçando-se por renovar e ampliar os seus horizontes; para isso contribuirá aquele imenso patrimônio de valores espirituais e morais que plasmaram a sua identidade mais genuína e que estão esculpidos na obra e na vida de muitos e insignes pais da Pátria, como o Beato José Olallo y Valdés, o Servo de Deus Félix Varela e o insigne José Martí. A Igreja, por sua vez, soube contribuir diligentemente para a promoção de tais valores através da sua generosa e incansável missão pastoral, e renova os seus propósitos de continuar a trabalhar sem descanso para servir do melhor modo a todos os cubanos.

Peço ao Senhor que abençoe copiosamente esta terra e seus filhos, particularmente os que se sentem desfavorecidos, os marginalizados e quantos sofrem no corpo ou no espírito, e conceda a todos, por intercessão de Nossa Senhora da Caridade do Cobre, um futuro cheio de esperança, solidariedade e concórdia. Muito obrigado.


TRIBUNA BÍBLICO-TEOLÓGICA - Tema: São José, exposição do seminarista Francisco de Aquino

Aconteceu no último sábado, 26 de março, a primeira Tribuna Bíblico-Teológica  do Discipulado no ano de 2012, com o tema "A figura e a missão de São José" e exposição do seminarista Francisco de Aquino, de Olho d'Água do Piauí. Foi um momento de importantes reflexões a respeito do grande Patrono da Igreja, venerado especialmente como Esposo de Maria Santíssima e Pai adotivo de Jesus Cristo. O tema foi reforçado pela grande devoção que acompanha São José nos dias de março, com seu ponto alto no dia 19. O assessor foi o Pe. Gilberto Freitas, Reitor. Segue o texto-base da Tribuna sobre São José e algumas fotos do momento.

* * *


ARQUIDIOCESE DE TERESINA
DISCIPULADO BEATO JOÃO PAULO II
TRIBUNA BIBLICA

Francisco de Aquino

A FIGURA E A MISSÃO DE SÃO JOSÉ
“José fez como lhe ordenara o anjo do senhor e recebeu a sua esposa” (Mt1, 24)

São José esposo de Maria, grande santo da Igreja Católica, pai adotivo de nosso Senhor Jesus Cristo, carpinteiro de Nazaré. Como falar desse homem tão importante nos dias de hoje se dele não temos nenhuma palavra? São José não nos deixou nenhuma palavra. Entregou-nos seu silêncio e seu exemplo de homem justo, trabalhador, esposo, pai e educador.
Nossa cultura e a teologia são feita em grande parte de palavras faladas e escritas. Sem estes dados de suma significância, a inteligência se ofusca e somos “obrigados” a buscarmos fatos do imaginário do povo que não tem censura e nem limites.
Mesmo sendo um homem de fé, obediente a palavra de Deus, São José foi esquecido por alguns séculos. A reflexão sobre a sua vida ficou na obscuridade. Somente no século XVI que surge alguns escritos, uns deles e de Isidoro de Isolanis (+1528) que publicou uma suma dos dons de São José, sendo o primeiro tratado sistemático sobre esse Homem de Deus.
De acordo com o Martirológico Romano, 19 de março é o dia do nascimento celestial de São de José. O sumo Pontífice Pio IX (1846-1878) o proclamou patrono da Igreja Católica apostólica Romana (Igreja Universal). Segundo o bem aventurado João Paulo II (1989, p.5) essa titulação só foi concedido porque assim como São José cuidou com amor de Maria e se dedicou com empenho jubiloso á educação de Jesus Cristo, assim também guarda e protege o seu corpo místico, a Igreja, da qual a Virgem Santíssima é a figura e modelo. O sumo Pontífice João XXIII inseriu seu nome no cânon romano e Pio XII proclamou o dia 1º de maio como Dia de São José, o Trabalhador.
Por ser o homem do silêncio, sem nenhuma fala e poucas vezes citado nas sagradas escrituras, a figura de São José se cerca de ambiguidades. Por um lado é o bom José, esposo de Maria, o trabalhador, cujo nome milhões de pessoas, lugares, instituições, congregações leva. Sem falar de inúmeras Igrejas que o venera como patrono. Por outro lado pouco se sabe de sua genealogia, quando casou com Maria, quando morreu... De sua vida pouco sabemos.
“Ao lado das coisas altamente positivas ligados á sua pessoa, há também versões, clichês e mal-entendidos que, desde os primeiros séculos especialmente por causa dos apócrifos atravessaram os tempos e chegaram até nós” (Boff, 2005, p.30).
Os principais apócrifos que relatam a historia de São José são: proto-evangelho, evangelho do pseudo-Mateus, história de José carpinteiro entres outros que contam aspectos muitos extravagantes e contraditórios.
Dada a figura deste importante santo, hoje notáveis investigadores e teólogos realizam estudos sobre São José – Josefologia – e comprova que a sua missão é dar segurança á Mãe e cuidar do menino Jesus, ou seja, ser o “guardião do Salvador” [1]. Realizadas essas funções José desaparece como efetivamente o fizeram desaparecer. José nos ensina a importância da família e também da paternidade.
Vários santos homenagearam este guarda fiel e providente cito aqui um trecho dos sermões de São Bernardinho de Sena, presbítero (apud LITURGIA DAS HORAS, 1995, p.1484):

Isto verificou-sede forma eminente em São José, pai adotivo do Senhor Jesus Cristo e verdadeiro esposo da rainha do mundo e senhora dos anjos. Com efeito, ele foi escolhido pelo Pai eterno para ser o guarda fiel e providente dos seus maiores tesouros: o Filho de Deus e a Virgem Maria. E cumpriu com a máxima fidelidade sua missão. Eis por que o Senhor lhe disse: Servo bom e fiel! Vem participar da alegria do teu Senhor! (Mt 25,21).

José sempre foi acolhido com respeito e carinho por ser o esposo de Maria e o pai de Jesus. Não se sabe exatamente quando começou na Igreja a sua veneração. Mas era indissociável das festas ligadas a Maria e ás de Cristo. Foi o último patriarca que recebeu as comunicações do SENHOR através da humilde via dos sonhos (cf. Gn 28, 12-14; Mt 1, 20-24).
O saudoso João Paulo II mostra grande devoção a São José, sempre citado em suas muitas encíclicas. Dedicou-lhe a Exortação Apostólica Redemptoris Custos, de 15 de agosto de 1989, sobre a figura e a missão de São José na vida de Cristo e da Igreja, para celebra o centenário da encíclica de Leão XIII, Quamquam pluries, a única sobre São José. Neste documento, o papa retoma os dados da tradição. Seguem fundamentalmente o esquema dos Evangelhos, apresentando todos os eventos em que São José aparece:
1-              O matrimônio com Maria (Mt 1, 20,21);
2-              O depositário do mistério de Deus (Lc 1, 45);
3-              O serviço da paternidade (Mt 1, 16.18-20; Lc 1,27; 2,5);
4-              O recenseamento (Jo 1,45);
5-              O nascimento em Belém (Lc 2,6-7);
6-              A circuncisão (Lc 2,21);
7-              A imposição do nome (Mt 1,21);
8-              Apresentação de Jesus no templo (Lc 2,22ss);
9-              A fuga para o Egito (Mt 2, 13);
10-           A permanência de Jesus no Templo (Lc 2,48) e
11-           A sustentação e a educação de Jesus em Nazaré (Lc 2, 52).
  Segue não a exegese moderna, que tantos elementos têm trazido para a reflexão, mas prefere orientar-se pela interpretação que os padres fizeram, de cunho mais espiritual e pastoral.

No Sacrifício eucarístico a Igreja venera “a memória da gloriosa sempre Virgem Maria... e também a de são José”, porque foi quem “sustentou aquele que os fiéis deviam comer como Pão de vida eterna” [2].

Diante esta figura da nossa Igreja, como não amar aquele que foi amado por Jesus o nosso mestre e Senhor? Tenhamos por ele um amor como de filho para com o pai.
Disse Jesus (apud BOFF, 2005, p.5) ‘Quando fordes revestidos de minha força e receberdes o sopro de meu pai, isto é, o Espírito Paraclito, e quando fordes enviados a pregar o Evangelho, pregai também a respeito de meu querido pai José’.[3]

São José,
rogai por nós!






Bibliografia


BOFF, Leonardo. São José a personificação do pai. Campinas, SP: Verus, 2005.

BUTLER. A vida dos santos, março. Petrópolis: Vozes, v.3, 1987.

João Paulo II. Carta Encíclica “Redemptoris Custos” sobre a figura e a missão de São José na vida de Cristo e da Igreja. Petrópolis: Vozes, 1989. (Documentos Pontifícios, 232).

MISSAL ROMANO. Solenidade de São José. 11ed. Paulus, 2007.



[1] Cf. Sobre a figura e a missão de São de José. João Paulo II.
[2] Ibidem.
[3] Do Evangelho apócrifo: história de José o carpinteiro cap. XXX. n.5 entre os sec. IV e V no Egito.

Expectativa, seminaristas David e Diego

Pe. Gilberto, Reitor do Seminário e Assessor

Algumas das fontes usadas para a composição do texto-base

Seminarista Francisco de Aquino, expositor do tema;
na frente, a imagem de São José Operário