Histórico

HISTÓRICO DA CRIAÇÃO
DO SEMINÁRIO ARQUIDIOCESANO
DISCIPULADO BEATO JOÃO PAULO II


Aos 13 de outubro de 2006 o então arcebispo de Teresina Dom Celso José demonstrando profunda preocupação frente às limitações da formação nos seminários interdiocesanos mas deixando bem claro que sua insatisfação não era com os formadores, visto que estes já desempenham um trabalho heróico, mas sim com a impossibilidade de um acompanhamento mais personalizado dos futuros presbíteros, manifesta o desejo da criação de um seminário maior próprio da Arquidiocese.
Já tendo iniciado seu projeto de formação com o seminário menor, transformando-o em seminário propedêutico “Divino Mestre”, Dom Celso parte então para o projeto de criação de um seminário para os estudantes de filosofia, desvinculando-se do seminário interdiocesano. Mas continuando a dar todo apoio necessário ao seminário interdiocesano como por exemplo oferecendo o serviço dos padres da arquidiocese tanto para a formação dos seminários quanto para a formação acadêmica e a abertura para o trabalho pastoral dos seminaristas nas paróquias da arquidiocese.

FUNDAMENTAÇÃO PARA A CRIAÇÃO
DE UM SEMINÁRIO PRÓPRIO


A Igreja determina que cada diocese tenha seu seminário maior. Tal determinação aparece claramente expressa no “Diretório para o Ministério Pastoral dos Bispos”, promulgado em 2004:
“O Bispo não poupe esforços para que a diocese tenha um Seminário Maior próprio, como expressão da pastoral vocacional da Igreja Particular”. (n° 85)
Somente quando a diocese não gozar de condições necessárias para a criação de seu próprio seminário maior, esta pode enviar seus seminaristas para outros seminários ou, unido aos outros bispos, fundar um seminário interdiocesano. (can. 237 §1).
A exigência de que cada diocese tenha o seu seminário maior próprio, manifesta a convicção da igreja de que a formação diocesana seja realmente diocesana.
O relacionamento como bispo no único presbitério, a partilha de sua solicitude eclesial, a dedicação ao cuidado evangélico do povo de Deus, nas concretas condições históricas e ambientais da Igreja Particular são elementos de que não se pode prescindir ao delinear o perfil próprio do sacerdote e de sua vida espiritual” (PDV N 31).
A “diocesaneidade” aparece assim não como componente “adjetivo”, mas como elemento “constitutivo” da identidade eclesial e da própria espiritualidade do presbítero diocesano. O sacerdote diocesano deve ter a consciência de que seu “estar numa Igreja Particular” não se esgota num vínculo puramente jurídico, nem pode ser motivado por razões organizativas e disciplinares. (PDV 31).
A formação dessa consciência deve ser fruto do processo formativo do Seminário Maior. A “diocesaneidade” deve estar presente e qualificar todas as etapas e todas as dimensões do processo formativo dos vocacionados ao clero diocesano. É neste sentido que o Diretório para os Bispos afirma que o seminário maior deve ser “expressão da pastoral vocacional da igreja particular” (DB n° 85).


PASSOS PARA A CRIAÇÃO
DO SEMINÁRIO PRÓPRIO
DA ARQUIDIOCESE DE TERESINA


Aos 28 de fevereiro de 2007 Dom Celso José reuniu-se em uma plenária no Cento de Treinamento Socopinho com o Conselho Presbiteral e o Colégio dos Consultores para discutirem sobre a criação do seminário próprio da Arquidiocese, deixando bem claro que não se tratava de uma decisão pessoal, mas eclesial.
Foi apresentado suas motivações e em especial as legislações canônicas e os recentes documentos eclesiais que tratam do assunto: a exortação da igreja a cada diocese; a formação de uma consciência diocesana, entre outros supra citados.
Compareceram a essa reunião o total de 20 padres, conselheiros, colegiados e convidados. Deste total, 19 padres responderam positivamente ao projeto e um preferiu abster-se votando em branco.


POR QUE DOM CELSO ESCOLHEU
O NOME DISCIPULADO?


(roteiro para conversa com os seminaristas em 27 de junho de 2007)



“Primeiramente escolhi o nome Discipulado justamente pelo seu significado: ambiente onde se formam os discípulos de Jesus, e ambiente é, também, uma boa palavra porque reúne os dois aspectos: tempo e espaço.
Quis criar esse ambiente para favorecer um processo personalizado, uma formação mais diocesana... entre outras discutidas acima.
Não quis usar o nome de seminário para não dar uma impressão de uma instituição paralela ou competitiva com o seminário interdiocesano. A província eclesiástica do Piauí tem um único seminário: o Seminário Interdiocesano Sagrado Coração de Jesus. Não quis dar o nome de comunidade nem de casa. Nem quis fazer referência filosófica. É necessário desfazer o equívoco de identificar a integralidade da formação presbiteral com a sua dimensão acadêmica ou intelectual. Não se trata de estudantes de filosofia que se preparam para o sacerdócio, mas de jovens que se preparam para o sacerdócio e estudam filosofia.
A criação do Discipulado João Paulo II não é apenas uma mudança de casa, nem um acontecimento geográfico. Para que o processo formativo seja frutuoso é necessário que cada seminarista o assuma livre e responsavelmente. Daí a necessidade de que sua parte no processo seja também personalizado, isto é, que haja uma atitude dialogal com os formadores e os colegas.”



Fonte: Arquivo do Discipulado Beato João Paulo II