sexta-feira, 5 de outubro de 2012

PARA ENTENDER O SÍNODO DOS BISPOS...



Como indicado pelo site oficial da Santa Sé, o Sínodo dos Bispos é uma instituição permanente decidida pelo Papa Paulo VI em 15 de setembro de 1965, em resposta ao desejo dos Padres do Concílio Vaticano II de manter vivo o espírito de colegialidade episcopal formada pela experiência conciliar.
A assembléia dos Bispos se refere à antiga tradição sinodal da Igreja, mas é uma novidade do Concílio Vaticano II.
Sínodo é uma palavra grega "syn-hodos", que significa "reunião", "assembléia". O Sínodo é, de fato, um lugar de encontro para os bispos, ao redor do Papa que o convoca como um instrumento para "consulta e colaboração".
É, portanto, um lugar para a troca de informações e experiências, para a busca comum de soluções pastorais válidas universalmente.
Para resumir, o Sínodo dos Bispos pode ser definido como uma assembléia do episcopado católico, que tem a tarefa de ajudar seguindo os conselhos do Papa, no governo da Igreja universal.
Diante da possibilidade levantada por alguns prelados, de estruturas sinodais que poderiam ter um poder legislativo e executivo, o Papa Paulo VI, em seu discurso à Cúria Romana (21 de Setembro de 1963), na abertura da segunda sessão do Concílio (29 de setembro 1963) e no seu encerramento (04 de dezembro de 1963) retornou ao conceito de colaboração do episcopado com o Sucessor de Pedro na responsabilidade de governar a Igreja universal.
Em 15 de setembro de 1965, no início da Assembléia Geral da 128° Congregação geral do Concílio Vaticano II, mons. Pericle Felici, Secretário-Geral do Concílio, anunciou a promulgação do Motu Proprio Apostolica sollicitudo , com o qual o Sínodo foi oficialmente instituído.
Um novo regulamento do Sínodo foi aprovado em 2006 pelo Papa Bento XVI.
Inúmeras vezes foi enfatizado pelas autoridades competentes que o Sínodo foi concebido e continua a ser, um importante órgão consultivo, com a tarefa de discutir o assunto em questão e formular "propostas" que são levadas à atenção do Papa.
O Papa juntamente com os seus colaboradores e os diversos Dicastérios da Cúria, obtém idéias, avalia, aprofunda o conteúdo das propostas, e em seguida, escreve e publica uma "Exortação Apostólica pós-sinodal", ou seja, um documento que recolhe, reelabora, apresenta quais propostas foram acolhidas e em que direção deve continuar.
Sobre a escolha dos participantes do Sínodo, se procede por representatividade. Participam do Sínodo bispos eleitos e pessoas indicadas pelas diversas Conferências Episcopais, ou seja, pelos prelados de uma nação ou continente.
O Papa, por sua vez, nomeia cardeais, bispos, religiosos, reitores, líderes de movimentos e associações que participarão do Sínodo como padres sinodais e especialistas.
Para o Sínodo, que começa no domingo, o Papa Bento XVI nomeou 13 cardeais, 23 bispos e arcebispos, 44 especialistas e 49 auditores.
A transparência e a leitura do que será discutido são garantidas. Uma ou duas vezes por dia será publicado na versão impressa e on-line o "Boletim do Sínodo dos Bispos" (Synodus Episcoporum Bollettino), onde será possível ler os resumos de todos os discursos.
A primeira fase de preparação para o Sínodo, como de costume, analisa a elaboração doLineamenta, um texto base cuja intenção é refletir sobre o tema proposto.
Com o Lineamenta e o relativo questionário são reunidas as respostas da Igreja, das Conferências Episcopais, dos Dicastérios da Cúria Romana e da União dos Superiores Gerais, e os comentários de bispos, sacerdotes, pessoas consagradas, teólogos e fiéis leigos.
Os diversos pareceres são recolhidos e resumidos em um Instrumentum Laboris. Depois de ser submetido à aprovação do Santo Padre, o documento é traduzido nas principais línguas e enviado a todos os bispos.
Apesar de ser público o Instrumentum laboris não é uma versão do que será a conclusão, mas sim um documento indicativo que será objeto de discussão durante o Sínodo.

Apresentado hoje o programa da grande assembléia dos bispos sobre a nova evangelização.

Salvatore Cernuzio
CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 05 de outubro de 2012 (ZENIT.org) - "Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura" (Marcos 16,15). Com as palavras de Cristo no Evangelho de Marcos, começa um tempo de graça para a Igreja Católica: O Sínodo dos Bispos, que acontece no Vaticano de 7 a28 de outubro.
"Um tempo de Missão da Igreja", como descrito esta manhã pelo arcebispo Nikola Eteroviƒ, Secretário Geral do Sínodo, durante o briefing na Sala de Imprensa da Santa Sé. Ele explicou o significado e o desenvolvimento da XIII Assembléia Geral Ordinária dedicada ao tema "A Nova Evangelização para a transmissão da fé cristã".
A Assembléia conta com o maior número de participantes na história dos Sínodos: 262 Padres Sinodais. Este número, segundo Eteroviƒ, indica o grande interesse dos Padres Sinodais pelo tema escolhido, que “diz respeito não só à Igreja, mas ao mundo inteiro, especialmente aos países mais secularizados”.
Entre os participantes da grande assembléia, 172 foram eleitos pelas Conferências Episcopais e 10 por parte da União dos Superiores Gerais. Três, foram designados pelas Igrejas Católicas Orientais sui iuris; 37 participam ex officio e 40 foram nomeados pelo Papa Bento XVI.
Especificamente, se trata de 6 Patriarcas, 49 Cardeais, 3 Arcebispos Maiores (dos quais um cardeal), 71 Arcebispos, 120 Bispos e 14 Sacerdotes que realizam diversos trabalhos: Chefes do Oriental Igrejas sui iuris, Presidentes das Conferências Episcopais, Chefes de Dicastérios da Cúria Romana, bem como Ordinários e Auxiliares.
No que diz respeito a origem: 103 bispos vêm da Europa, 63 da América, 50 da África, 39 da Ásia e 7 da Oceania .
O Pontífice nomeou no sábado, 22 de outubro 2011, um Relator Geral, na pessoa do Cardeal Dondald William Wuerl, Arcebispo de Washington (EUA), e um Secretário Especial, Mons. Pierre-Marie Carré, Arcebispo de Montpellier (França).
Em 29 de junho de 2012, o Papa Bento XVI nomeou três presidentes Delegados: Cardeal John Tong Hon, Bispo de Hong Kong (China); Cardeal Francisco Robles Ortega, Arcebispo de Guadalajara (México), e o Cardeal Laurent Monsengwo Pasinya, Arcebispo de Kinshasa (República Democrática do Congo).
A Assembléia Sinodal conta com a participação de 45 Especialistas e 49 Auditores, mulheres e homens, a maioria leigos, escolhidos dentre vários especialistas e pessoas envolvidas na evangelização em todos os cinco continentes. Também participarão alguns Delegados Fraternos, que são representantes de 15 Igrejas e Comunidades eclesiais ainda "não em plena comunhão com a Igreja Católica", afirmou Eteroviƒ.
Este é um fato interessante da Assembléia Sinodal que identifica o desejo da Igreja de empenhar-se a favor do diálogo ecumênico. A este respeito, devemos mencionar a presença do Metropolitano Hilarion, encarregado das relações públicas do Patriarcado de Moscou e Sarah Davis, vice-presidente do Conselho Metodista Mundial.
Presença fundamental a do Dr. Rowan Douglas Williams, Arcebispo de Canterbury e Primaz de toda a Inglaterra e da Comunhão Anglicana, que, na Congregação Geral do dia 10 de outubro, se dirigirá à Assembléia para ilustrar do ponto de vista anglicano o desafio da nova evangelização e da transmissão da fé cristã.
Sua Santidade Bartolomeu I, Arcebispo de Constantinopla e Patriarca ecumênico, também será um dos protagonistas dos eventos do Sínodo;ele participará da Santa Missa dia 11 de outubro, que irá inaugurar oficialmente o Ano da Fé, e por ocasião do 50 º aniversário da abertura Concílio Vaticano II. Durante a celebração, onde também participarão 12 Padres do Concílio, o Patriarca irá saudar Bento XVI e todos os fiéis presentes.
Sempre no quadro de uma maior coesão ecumênica, é de notável importância o convite especial que o Papa enviou a 3 personalidades, o Irmão Alois, prior de Taizé (França), o reverendo Vest Lamar, Presidente da American Bible Society(EUA) e, especialmente, o Prêmio Nobel de Medicina Dr. Werner Arber, presidente da Academia Pontifícia das Ciências, que vai falar na sexta-feira (12), sobre a relação entre ciência e fé. Para colaborar com os Padres Sinodais também 32 Assistentes e 30 Tradutores, em um total de mais de 400 participantes.
No programa resultam 23 Congregações gerais de trabalhos e 8 sessões de Círculos menores, cujos membros, divididos por línguas oficiais do Sínodo, vão escolher durante a primeira reunião um Moderador e um Relator.
Bento XVI presidirá também quatro celebrações que marcarão os trabalhos sinodais: além do referido 11 de outubro, a missa de abertura e de encerramento do Sínodo, 7 e 28 de outubro, e a canonização de sete Beatos, dia 21 de outubro, na praça de São Pedro.

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